"Balada do Amor e do Ódio" (Balada Triste de Trompeta, 2010), de Álex de la Iglesia - Divulgação
"Balada do Amor e do Ódio" (Balada Triste de Trompeta, 2010), de Álex de la Iglesia - Divulgação

Rio tem mostra inédita do cineasta espanhol Álex de la Iglesia

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro recebe mostra inédita do diretor espanhol Álex de la Iglesia. O evento teve início nessa quinta-feira, 24 de agosto, e se estenderá até 10 de setembro, com exibições de quinta-feira a domingo, a partir das 16h. Os filmes serão projetados na Sala de Cinema 1 do CCBB RJ, que tem 102 lugares, sendo quatro para cadeirantes.

A entrada é franca. Os ingressos serão disponibilizados às 9h do dia da sessão na bilheteria física ou no site bb.com.br/cultura. Para os debates, os ingressos serão distribuídos também gratuitamente uma hora antes do evento, mas somente na bilheteria física do CCBB. A programação pode ser acessada na página do evento.

Em 2023, são comemorados 30 anos da estreia de Álex de la Iglesia como diretor de longas-metragens, com o filme “Ação Mutante” (Acción Mutante, 1993). Na mostra, serão apresentados ao público os filmes mais marcantes da carreira do cineasta, que teve como produtor de seu primeiro longa o também cineasta Pedro Almodóvar (“Tudo Sobre Minha Mãe”).



Iglesia passeia pela comédia de humor ácido, pelo cinema de terror e pelo suspense hitchcockiano, sem qualquer pacto realista. Os curadores da mostra, Daniel Celli e Rafael Carvalho, selecionaram nove longas que integram a programação. Para eles, o cineasta apresenta com clareza seu estilo autoral, tanto nas obras audiovisuais sob sua direção quanto em outras em que fez a curadoria criativa. “Seus personagens e histórias são complexos, repletos de detalhes que ele mostra ao público por meio das cores, dos fluídos corporais, do grotesco, do caricato, com um humor ácido e inteligente, que deixa o espectador absolutamente conectado à história, ao mesmo tempo com um sorriso no rosto e olhar atormentado”, comentam os curadores.

Premiações

Álex de la Iglesia ficou conhecido mundialmente pelo filme cult “O Dia da Besta” (El día de la Bestia, 1995), premiado com o Goya de melhor direção. Ao longo da carreira, ele recebeu também prêmios Leão de Prata (diretor) e Leão de Ouro (roteiro, dividido com seu parceiro constante Jorge Gerricaechevarría), no Festival de Veneza, por “Balada do Amor e do Ódio” (Balada triste de Trompeta, 2010).

Casado com a atriz e produtora Carolina Bang, Iglesia também dirige filmes e minisséries para TV e streaming, como a série “30 Monedas”, na terceira temporada, realizada para a HBO Espanha. No momento, ele está filmando “1992”, minissérie para a Netflix, com história ambientada na Expo92 de Sevilha.

"Crime Ferpeito" (Crimen Ferpecto, 2004), de Álex de la Iglesia - Divulgação
“Crime Ferpeito” (Crimen Ferpecto, 2004), de Álex de la Iglesia – Divulgação

Influências

Os filmes de Álex de la Iglesia remetem o espectador a outros cineastas, como Quentin Tarantino, Guillermo Del Toro e Robert Rodriguez, trio acolhido pela indústria hollywoodiana, mas passa igualmente pelo cinema B norte-americano e italiano, de nomes como Roger Corman, Mario Bava, Lucio Fulci, Dario Argento, além do brasileiro José Mojica Marins, de quem Iglesia é fã declarado e que receberá homenagem da mostra.

Dentro da programação, será exibido de Mojica o longa-metragem “A Praga”, encontrado e finalizado após sua morte. O filme foi remasterizado pelo pesquisador Eugênio Puppo e terá sessão especial no dia 26 de agosto, às 16h, seguida de debate com o crítico e pesquisador Carlos Primati.

A mostra inclui ainda na programação um segundo debate dedicado ao cinema de gênero fantástico no Brasil, intitulado “Produzindo Cinema Fantástico”, com o produtor e roteirista André Pereira, no dia 2 de setembro, às 16h.

Depois do Rio de Janeiro, a mostra seguirá para o CCBB São Paulo, onde ficará em cartaz de 13 setembro a 1º de outubro.

Reportagem: Alana Gandra, da Agência Brasil.