A organização da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo anunciou as primeiras novidades de sua 47ª edição. A começar pelo belo pôster oficial: a arte é uma pintura que o cineasta Michelangelo Antonioni fez nos anos 1960.
O diretor consagrado internacionalmente, vencedor de inúmeros prêmios em festivais internacionais, como a Palma de Ouro no Festival de Cannes, o Urso de Ouro em Berlim e o Leão de Ouro em Veneza, será homenageado pela Mostra com uma retrospectiva de 23 títulos.
Nascido em 1912, na cidade de Ferrara, Itália, Antonioni foi diretor, roteirista, editor e pintor, conhecido principalmente pelo seu trabalho de composição de cenas, além de seus mais reconhecidos filmes, “Profissão: Repórter” (1975), “Blow-Up – Depois Daquele Beijo” (1966), e a Trilogia da Incomunicabilidade, composta pelos longas “A Aventura” (1960), “A Noite” (1961) e “O Eclipse” (1962). Antonioni também pintava e realizou várias exposições de seu trabalho na Itália.
As pinturas feitas por Antonioni durante toda a sua vida exploraram close-ups, olhos, pedras, mãos, bocas, folhas, árvores e geladeiras explosivas, devolvendo sua arte silenciosamente em fragmentos. As cores, como em “Deserto Vermelho”, as ampliações em “Blow-Up” com tantos grãos que beiram a abstração, e a famosa sequência explosiva em “Zabriskie Point” são praticamente pinturas abstratas em movimento.
Para o diretor, ver era uma necessidade. Para o pintor, ver era uma preocupação. “Enquanto para um pintor o problema está em descobrir uma realidade estática ou um ritmo, mas um ritmo fixo em um sinal, para um diretor, o problema é capturar uma realidade que matura e consome, e propor este movimento como uma nova percepção”, relatou Antonioni em 1963.
Seis títulos confirmados na seleção
Entre os filmes que integram a programação da 47ª Mostra de São Paulo estão os premiados “Afire”, de Christian Petzold, longa alemão vencedor do grande prêmio do júri do Festival de Berlim, e “About Dry Grasses”, de Nuri Bilge Ceylan, vencedor do prêmio de melhor atriz para Merve Dizdar no Festival de Cannes e indicado pela Turquia para concorrer a uma vaga ao Oscar 2024 de melhor filme internacional.
A Mostra também vai exibir “Cerrar los Ojos”, de Victor Erice, sobre o desaparecimento de um ator durante as filmagens de um filme, e “La Chimera”, de Alice Rohrwacher, que retrata uma gangue de ladrões de artefatos históricos, ambos exibidos em Cannes.
De Veneza, integram a programação o americano “Maestro”, de Bradley Cooper, cinebiografia do compositor Leonard Bernstein, e “Evil Does Not Exist”, de Ryusuke Hamaguchi, que retrata uma comunidade ameaçada por duas construtoras. O longa japonês venceu o grande prêmio do júri e o prêmio da crítica no festival italiano.
A 47ª Mostra de São Paulo acontece de 19 de outubro a 1º de novembro de 2023. Saiba mais no site oficial.
Com informações da assessoria de imprensa da Mostra.