A 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo acontece entre os dias 19 de outubro e 1º de novembro e a programação conta com 365 filmes, vindos de 96 países. Os títulos selecionados incluem produções inéditas no circuito comercial brasileiro e que conquistaram prêmios nos principais festivais do mundo ao longo deste ano. Também serão exibidos trabalhos de novos diretores, destaques do cinema brasileiro atual, homenagens e filmes restaurados e em realidade virtual.
Ao todo, o público poderá ver 74 produções nacionais na Mostra de São Paulo este ano. A Mostra Brasil, que faz um panorama contemporâneo do audiovisual no país, reúne 63 longas, enquanto quatro filmes fazem parte da Competição Novos Diretores.
A programação também inclui cópia restaurada do clássico “Corisco e Dadá” (1996), de Rosemberg Cariry, e a exibição de “25” (1975), em homenagem ao dramaturgo, diretor, ator e encenador José Celso Martinez Corrêa. O filme, dirigido por ele e Celso Luccas, foi exibido na primeira edição da Mostra, em 1977. “Carandiru” (2003), de Hector Babenco, também será exibido em ocasião do aniversário de 20 anos de seu lançamento.
Sucessos mundiais
Uma das mais procuradas pelos espectadores, a seção Perspectiva Internacional traz um total de 121 filmes, vindos de países como Irã, França, Luxemburgo, Eslováquia, Canadá, Tunísia e mais. Um dos destaques é longa-metragem “Anatomia de uma Queda”, que recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano.
Dirigida pela realizadora francesa Justine Triet, a obra acompanha Sandra, uma escritora alemã, e Samuel, seu marido francês, que vivem em uma pequena e isolada cidade nos Alpes. Quando Samuel é encontrado morto, a polícia passa a tratar o caso como um suposto homicídio, e Sandra se torna a principal suspeita. Aos poucos, o julgamento se transforma em uma jornada psicológica e perturbadora às profundezas da conturbada relação do casal.
A Perspectiva Internacional da 47ª Mostra de São Paulo também exibe os filmes “Folhas de Outono”, vencedor do Prêmio do Júri em Cannes, e “Zona de Interesse”, ganhador do Grande Prêmio do Júri e do Prêmio da Crítica, também no festival francês.
O filme “No Adamant”, Urso de Ouro no Festival de Berlim, também está na programação, assim como “Afire”, vencedor do Grande Prêmio do Júri no mesmo festival.
Do Festival de Veneza, vem “O Mal Não Existe”, que recebeu o Grande Prêmio do Júri e o Prêmio da Crítica, enquanto o Festival de Locarno é representado por filmes como “Zona Crítica”, premiado com o Leopardo de Ouro.
A seleção também traz filmes brasileiros já premiados em festivais: “(Crowrã) A Flor do Buriti” (Festival de Cannes), “Estranho Caminho” (Festival de Tribeca) e “Saudade Fez Morada Aqui Dentro” (Festival de Mar del Plata).
Antonioni e os clássicos
A 47ª Mostra de São Paulo homenageia o cineasta italiano Michelangelo Antonioni. Vinte e três filmes do realizador, conhecido por obras como “Blow-Up – Depois Daquele Beijo”, “Profissão: Repórter” e a Trilogia da Incomunicabilidade, composta por “A Aventura”, “A Noite” e “O Eclipse”, serão exibidos no evento.
Além disso, a arte do pôster deste ano é baseada em uma pintura que o consagrado diretor nascido em Ferrara, na Itália, ganhador dos principais prêmios do cinema, fez nos anos 1960. Pinturas de Antonioni também estão acessíveis ao público durante a Mostra: o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo abriga uma exposição de 24 obras, entre 23 de outubro e 17 de novembro. Os quadros podem ser vistos na Avenida Higienópolis, 436, com entrada franca, mediante agendamento.
Completa a homenagem a leitura que os atores Fernanda Marques, Aury Porto, Christian Malheiros, Arlindo Lopes, Gabrielle Lopes, Brunna Martins, Augusto Madeira e Milhem Cortaz farão do roteiro de “Tecnicamente Doce”, escrito por Antonioni. A ocasião será filmada com a direção de André Ristum e produção de Caio Gullane, Fabiano Gullane e André Novis.
Outros filmes clássicos também fazem parte da programação da 47ª Mostra de São Paulo. O público poderá assistir a novas cópias restauradas de “Amor Louco” (1969), filme mítico e quase perdido de Jacques Rivette; “O Sangue” (1989), primeiro longa-metragem do realizador português Pedro Costa; “Vale Abraão” (1993), um dos clássicos do mestre Manoel de Oliveira; e o vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1995, “Underground: Mentiras de Guerra”, de Emir Kusturica, cineasta que integra o Júri da Mostra deste ano e também será homenageado com o Prêmio Leon Cakoff.
Além disso, “O Retorno à Razão” (2023), uma coletânea com os filmes do artista de vanguarda norte-americano Man Ray será apresentada em nova versão, com uma trilha sonora composta pela banda Sqürl, do cineasta Jim Jarmusch e do músico Carter Logan.
Outro destaque entre os clássicos é “Um Homem com uma Câmera”, de Dziga Vertov. Marco do cinema de vanguarda soviético, o filme de 1929 será exibido na Mostra com uma nova trilha sonora especialmente criada por Luiz Henrique Xavier, compositor, flautista e professor do departamento de música da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Programação gratuita e acessível
Quem não estiver em São Paulo também pode acompanhar a 47ª Mostra, já que parte da programação de filmes é online. São 19 títulos disponíveis gratuitamente nas plataformas Itaú Cultural Play, Sesc Digital e Spcine Play.
Na Itaú Cultural Play, filmes da Mostra serão lançados sempre às 20h, um por dia, ficando disponíveis por quatro horas no streaming, sem limite de visualizações. Na Spcine Play, serão disponibilizados cinco títulos, cada um com limite de 500 visualizações. Já o Sesc Digital exibirá 10 filmes.
A 47ª Mostra de São Paulo também exibirá 20 produções com recursos de acessibilidade, entre ficções, documentários e animações. Os espectadores devem baixar o aplicativo Mobi LOAD e sincronizá-lo com a exibição nas salas de cinema. Assim, podem aproveitar os recursos de audiodescrição, narração em Libras e legendas Closed Caption.
Cinema em quadrinhos
Por fim, vale destacar na programação da Mostra a exposição “O Filme Perdido”, com desenhos originais da graphic novel homônima de Cesar Gananian e Chico França. Baseada em uma história real, a HQ reconstitui a história do francês Louis Le Prince, o inventor do cinematógrafo que desapareceu misteriosamente, em 16 de setembro de 1890, depois de embarcar em um trem entre as cidades de Dijon e Paris.
Foi a partir desse fato que os autores dos quadrinhos reconstruíram os passos de Le Prince e a história do cinema no século 20. São 21 estilos diferentes feitos nas mais diversas técnicas como: carvão, nanquim, aquarela, colagem, guache e até massinha. Tudo isso para traduzir, do cinema aos quadrinhos, diferentes movimentos estéticos ligados à sétima arte.
A exposição estará aberta para visitação no foyer do CineSesc, na Rua Augusta, a partir do dia 18 de outubro. “O Filme Perdido” também será lançado em livro pela editora Companhia das Letras durante a Mostra, no dia 26 de outubro, com uma noite de autógrafos também no CineSesc.
Com informações da assessoria de imprensa da Mostra de São Paulo.