"Tesouro Natterer" (2024), de Renato Barbieri - Divulgação
"Tesouro Natterer" (2024), de Renato Barbieri - Divulgação

“Tesouro Natterer” e “Cento e Quatro” vencem É Tudo Verdade 2024

Os vencedores do É Tudo Verdade 2024 foram anunciados no sábado, 13 de abril. “Tesouro Natterer” venceu a Competição Brasileira de Longas e Médias-Metragens, enquanto “Cento e Quatro” foi eleito o melhor longa da Competição Internacional. “As Placas São Invisíveis” e “Só a Lua Entenderá” venceram, respectivamente, como melhores curtas-metragens brasileiro e internacional da 29ª edição do principal festival dedicado ao audiovisual não-ficcional da América Latina.

Dirigido por Renato Barbieri, “Tesouro Natterer” foi eleito o vencedor da Competição Brasileira de Longas ou Médias-Metragens e recebeu como prêmio R$ 20.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade, “pelos compromissos com pesquisa, com o tempo e a memória, pela bela fotografia”, segundo o júri formado pela documentarista, historiadora, professora e ativista Edileuza Penha de Souza, pela editora de som Miriam Biderman e pelo cineasta Walter Lima Jr.

O melhor curta-metragem brasileiro, eleito pelo mesmo júri, foi “As Placas São Invisíveis”, de Gabrielle Ferreira, que recebe como prêmio R$ 6.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade, “pelo convite de refletir sobre a invisibilidade das barreiras sociais, políticas e econômica, que muitas vezes impedem a plena participação de todos os indivíduos na sociedade e, consequentemente, no acesso à permanência ao ensino superior público e de qualidade”, segundo o júri.



O filme “Aguyjevete Avaxi’i”, de Kerexu Martim, recebeu menção honrosa, “pelo cuidado, pela poesia, mas sobretudo pela reconstrução da vida”, segundo o júri. “Pelo semear, acompanhar, crescer. colher, debulhar, preparar e alimentar. Como diria Chico Buarque ‘Afagar a terra. Conhecer os desejos da terra. Cio da terra, a propícia estação. E fecundar o chão’.”, completa a justificativa dos jurados.

Prêmios internacionais

O júri das competições internacionais foi composto pela cineasta brasileira Helena Solberg, pelo cineasta e crítico britânico Mark Cousins e pelo realizador e produtor brasileiro Sérgio Tréfaut. O grande vencedor da Competição Internacional de Longas ou Médias foi “Cento e Quatro”, dirigido por Jonathan Schörnig (Alemanha). Para o júri, “um filme que olha para uma das mais importantes questões dos nossos tempos — imigração — de uma forma crua, envolvente e cheia de adrenalina. À medida que se desenrola em tempo real, percebemos que este filme deveria ser visto em todos os lugares.” O longa recebeu R$ 12.000 e o Troféu É Tudo Verdade.

O júri concedeu menção honrosa a “Diários da Caixa Preta”, de Shiori Ito (Japão, EUA, Reino Unido), “um excepcional, corajoso e profundamente emocionante retrato de uma mulher resistindo ao poder masculino”. Também foi feita uma menção especial à “Zinzindurrunkarratz”, de Oskar Alegria (Espanha), “uma generosa e sensorial peregrinação experimental pela memória e pelo som”.

“Só a Lua Entenderá”, dirigido por Kim Torres (Costa Rica, EUA), foi eleito o melhor curta-metragem internacional, e recebeu R$ 6.000,00 e o Troféu É Tudo Verdade. Segundo o júri oficial, “um retrato poético e onírico da infância e do envelhecimento. Um filme de momentos mágicos.”

Reconhecido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood como um festival classificatório para o Oscar, o É Tudo Verdade qualifica automaticamente as produções vencedoras nas competições brasileira e internacional para inscrição direta visando a disputa do Oscar de Melhor Documentário, tanto na categoria de longa quanto na de curta-metragem.

Prêmios paralelos

O É Tudo Verdade 2024 também anunciou “A Edição do  Nordeste”, de Pedro Fiuza., como vencedor do Prêmio Canal Brasil de Curtas. Já “As Placas São Invisíveis” recebeu o Prêmio Mistika e R$ 8.000 em serviços de pós-produção digital ao ser eleito Melhor Documentário da Competição Brasileira de Curtas.  Por fim, os Prêmios EDT de Montagem ficaram com o curta-Metragem “Utopia Muda”, de Julio Matos (montagem de Lucas Lazarini e Julio Matos) e com o longa “Fernanda Young – Foge-me ao Controle”, de Susanna Lira (montagem de Ítalo Rocha).

O É Tudo Verdade 2024 exibiu um total de 77 produções entre longas, médias e curtas-metragens de 34 países. Suas retrospectivas celebraram o cineasta britânico Mark Cousins e o centenário de um dos grandes expoentes do audiovisual brasileiro, Thomaz Farkas.

E de acordo com a organização, a 30ª edição do festival já tem data marcada: 3 a 13 de abril de 2025.

Com informações da assessoria de imprensa do É Tudo Verdade.