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Cine PE abre sua 28ª edição com concerto sinfônico, homenagem a Tânia Alves e “Grande Sertão”, de Guel Arraes

Cine PE 2024 - Cinema do Teatro do Parque - Foto: Divulgação

O 28º Cine PE — Festival Audiovisual, que vai até o dia 11 de junho, em Recife, Pernambuco, teve sua abertura na noite de ontem, dia 6, no Cinema do Teatro do Parque, com apresentação de Nínive Caldas e um público expressivo. Durante a cerimônia, a grande homenageada desta edição, a atriz e cantora Tânia Alves, recebeu a Calunga de Ouro. O troféu foi entregue pelas mãos do Maestro Spok, pela governadora do estado, Raquel Lyra, e pelo prefeito de Recife, João Henrique Campos. Em seu discurso de agradecimento, Tânia Alves lembrou a todos da importância do ator e diretor Luiz Mendonça para sua carreira. “Sou atriz graças a este pernambucano que me ensinou a pisar no palco de forma visceral e despudoradamente brasileira”, disse a a artista, emocionada. Luiz Mendonça, além de ser uma figura influente do Movimento de Cultura Popular no Recife, fundou o Grupo Chegança no Rio de Janeiro, onde dirigiu peças de autores nordestinos, incluindo “Viva o Cordão Encarnado”, de Luiz Marinho.

A abertura do festival também contou com um belíssimo concerto sinfônico da Orquestra Bravo, dedicado a algumas trilhas sonoras marcantes do cinema brasileiro. A interação do público foi da escuta atenta e contemplativa ao canto uníssono das músicas mais populares. Neste ano, o festival tem como tema Ver, Ouvir, Sentir — voltado para o compromisso de reconhecer e valorizar a sonoridade musical dentro do contexto audiovisual. Ou seja, o encontro do cinema com a música. Durante a apresentação da Orquestra Bravo e de cantores convidados, cenas dos respectivos filmes foram exibidas na tela. As músicas incluíram temas de “O Cangaceiro” (1997), de Aníbal Massaini Neto; “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), de Bruno Barreto; “Bye Bye Brasil” (1979) e “O Grande Circo Místico” (2018) de Cacá Diegues; “Eu, Tu, Eles” (2000), de Andrucha Waddington; “Bicho de 7 Cabeças” (2001), de Laís Bodansky; “Cazuza – O Tempo Não Para” (2004), de Sandra Werneck e Walter Carvalho; “Somos Tão Jovens” (2013), de Antônio Carlos da Fontoura; “Lisbela e o Prisioneiro” (2003), de Guel Arraes; e “Ainda Somos os Mesmos” (2023), de Paulo Nascimento.

Fechando a noite com chave de ouro, aconteceu a aguardada estreia do longa-metragem “Grande Sertão”, que tem direção de Guel Arraes e roteiro também dele, ao lado de Jorge Furtado. O filme é uma reimaginação contemporânea e distópica da obra de Guimarães Rosa, com grande elenco. Manoel Rangel, produtor do filme, foi quem primeiro subiu ao palco, seguido pelo diretor e sua “parceira de direção” (conforme os próprios carinhosamente e respeitosamente denominaram),  Flávia Lacerda, e pelos atores, Caio Blat, Luísa Arraes, Luís Miranda, Rodrigo Lombardi e Eduardo Sterblitch. Guel Arraes destacou como o filme traça um paralelo entre as guerras de jagunços e cangaceiros no interior do Brasil e os conflitos nas favelas para apontar como ambos os contextos refletem uma mesma realidade de violência, que não tem fim.

O Cine PE segue até dia o dia 11, terça-feira, com uma programação diversificada de longas, curtas e debates, celebrando o cinema brasileiro e proporcionando um espaço de reflexão e reverberação da cultura nacional e, em especial, da cultura pernambucana. Confira toda a programação neste link.

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