Em seu quarto longa-metragem como diretor, Marco Dutra mantém os dois pés fincados no cinema de gênero. “O Silêncio do Céu” é um suspense hitchcockiano de primeira qualidade, mas esta não é uma referência gratuita, da homenagem pela homenagem, do estilo pelo estilo. Hitchcock aqui é gramática: no uso da luz, da ambientação, do som, dos cortes, dos planos de detalhe, do close-up extremo. Dutra até brinca ao fazer uma aparição em uma cena, mas o que torna original e madura a sua abordagem ao cinema do mestre é aquilo que ele já vinha fazendo em seus filmes anteriores: busca retratar medos contidos na vida doméstica.
"O Silêncio do Céu", novo filme do diretor Marco Dutra, acaba de ser lançado em algumas cidades do país, depois de uma pré-estreia vitoriosa no Festival de Gramado no início do mês, quando ganhou três troféus: o Kikito de Melhor Som, o prêmio especial do Júri e o Prêmio da Crítica de Melhor Longa-Metragem Brasileiro.
O Festival de Cinema de Gramado consagrou como grande vencedor de sua quadragésima quarta edição o filme “Barata Ribeiro 716”. O longa-metragem recebeu três Kikitos: Melhor Filme, Melhor Direção para o veterano Domingos de Oliveira e Melhor Trilha Musical.
O 44º Festival de Gramado foi o primeiro a que eu fui e a ocasião foi ainda mais especial por eu ter sido convidado a compor o Júri da Crítica, organizado pela Accirs (Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul).Estavam ao meu lado os colegas (e agora amigos) Leonardo Bomfim (presidente) e Conrado Heoli, ambos filiados à Accirs, e ainda Antonella Estevez (Chile) e Fernando Brenner (Argentina).